Até por volta de 1990, os termos sexo e gênero se confundiam.
A partir do citado período, o sexo permaneceu na ordem do biológico, enquanto o gênero passou a ser uma categoria múltipla e relacional e deixou de ser visto como diferença sexual dicotômica (feminino e masculino) que é considerada uma construção social e cultural arbitrária.
As pessoas que nasceram a partir meados de 1990/2000 (a chamada geração Z) desenvolveram-se em um meio onde não impera a padronização, mas a neutralidade de gêneros, sua diversidade e tolerância.
Atualmente existe um leque de possibilidade de gêneros. Inúmeros adolescentes e jovens não aceitam mais rótulos, se recusam a serem confinados em um padrão de sexualidade, numa única categoria.
Isto significa dizer que o tempo do sistema binário de gênero onde a heterossexualidade era obrigatória ficou ultrapassado e o gênero não mais é visto como atrelado ao sexo, à aparência ou à certidão de nascimento.
Os sufixo “a” e “o” que identificavam feminino e masculino já estão sendo paulatinamente substituídos por “x” ou “e”. Exemplo: as palavras “amige” e “namoradx” substituindo amigo/amiga, namorado/namorada. É possível até que seja introduzido em nossa gramática um pronome neutro além dos existentes “ele” e “ela” para abarcar as demais pluralidades de gêneros.
Hoje em dia as pessoas não dão a importância à orientação sexual dos outros como antigamente. É possível encontrar pessoas que assumem ter tido relações sexuais com pessoas de ambos os sexos. Não sentem necessidade de se definir e se dão o direito de mudar sua preferência nesta área no decorrer da vida. Tanto que, ouve-se a expressão “estou gay” ao invés de “sou gay” de pessoas com orientação sexual não preponderante ou que tem intenção de vivenciar diferentes experiências.
Às vezes situações adversas determinam com quem a pessoa pode ter relações sexuais como penitenciária e outros ambientes onde a falta de opção é capaz de induzir indivíduos héteros a ter relações homossexuais.
Cada vez menos os pais proíbem seus filhos de ter amigos gays e a tentativa paterna de alterarem a condição sexual dos filhos, mesmo que dela discordem, tornou-se inadmissível.
É provável que os vocábulos Bi, hetero e gay caiam em desuso com o passar do tempo, pois a preferência sexual cada dia mais está deixando de ser objeto de preocupação e curiosidade. E quando isto acontecer este texto se tornará apenas um registro histórico da evolução cultural humana
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